Ele tinha 73 anos e morreu em São Paulo, onde estava internado havia cerca de um mês para tratar de um câncer.

Morre o cartunista Paulo Caruso, aos 73 anos O Brasil perdeu, neste sábado (4), um dos maiores cartunistas da história do país.

Paulo Caruso tinha 73 anos e morreu em São Paulo, onde estava internado havia cerca de um mês para tratar de um câncer.

Se esse fosse um autorretrato e a obra falasse do autor, veríamos um enorme artista.

Arquiteto com traço e destino de cartunista.

A cena política, a economia, o futebol, a música.

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a vida era caricatura, se explicada por Paulo Caruso.

“Nesse momento em que a caricatura está sendo superada pela realidade, nós queremos dizer que nós é que somos caricaturistas, não a realidade”, disse Paulo Caruso certa vez.

Brasil se despede de Paulo Caruso, um dos maiores cartunistas do país Reprodução Nasceu Paulo José Hespanha Caruso em São Paulo, em 6 de dezembro de 1949, cinco minutos antes do irmão Chico Caruso, também cartunista.

- Entrevistador: Quem fez o primeiro desenho? - Paulo Caruso: “A gente começou simultaneamente com 3, 4 anos de idade.

E foi muito curioso que nossa avó materna guardou os desenhos.

Até hoje, a gente tem os blocos de desenho, a gente com 5, 6 anos de idade, e já eram desenhos de história em quadrinhos, de sequência”.

Ser gêmeos foi a primeira piada para eles, e como riram disso.

“Nós queremos dizer uma coisa para vocês, nós não somos clones, não”, brincaram.

LEIA TAMBÉM Morre Paulo Caruso: veja repercussão entre famosos, artistas e políticos Lula lamenta morte de Paulo Caruso e diz que cartunista contribuiu para democracia Antes mesmo de ser hippie, nos tempos de arquitetura na USP, Paulo Caruso já era figura conhecida nas redações de jornais, e a partir do Ato Institucional nº 5, o olhar crítico marcou seu desenho para sempre.

Com as charges proibidas, ele passou a fazer ilustrações no jornal Folha da Tarde.

No cardápio desse incansável sátiro, tem destaque o período em que colaborou com o jornal Pasquim, nos anos 1970.

Nas décadas seguintes, os retratos de Paulo Caruso estamparam as revistas Isto É, Veja e Época.

“A matéria-prima é toda fornecida pelo governo.

Eu acho que os cartunistas já deviam virar estatal, porque nós dependemos tanto do governo para nossa produção”, afirmou o cartunista.

Paulo Caruso era um profissional maduro quando chegou ao "Roda Viva", na TV Cultura.

Ali, roubou uma câmera só para ele.

Até pouco tempo, quem andasse pela Vila Madalena, bairro de São Paulo, onde Paulo Caruso viveu, poderia cruzar com ele.

Se por acaso conversassem, seria bem possível levar a própria caricatura.

Dessas ruas, do palco, dos jornais e da TV, só mesmo o câncer o tirou.

Chico Caruso não conhece a vida sem o irmão.

“A gente sempre foi um pouco singular, no sentido de que somos filhos únicos, univitelinos, então é como se fosse uma pessoa só.

Além disso, ele era músico, ele era meu maestro.

Ele que fazia as músicas que a gente cantava, tocava piano, violão e eu não toco nada.

Era apenas um cantor para ele”, declarou.

Colegas de traço dizem que Paulo Caruso deixa como herança a arte.

“O que eu adoro nos desenhos dele é a elegância dos traços.

Até nas caricaturas, que exageraram às vezes na personalidade.

Paulo Caruso nos deixou, mas os seus desenhos nunca vão nos deixar”, disse o desenhista Mauricio de Sousa.

“De tão vivo, ele continua vivo: pelo trabalho, pela obra, por tudo, pela impressão que ele deixa”, declarou o chargista Renato Aroeira.

"Sempre que morre um grande chargista, os canalhas comemoram, e Paulo Caruso foi um dos grandes chargistas que o Brasil já teve.

Quem diz isso é um cara que está há 70 anos na profissão ”, afirmou o cartunista Jaguar.

O presidente Lula escreveu em uma rede social que Paulo Caruso foi um grande desenhista e cronista político, que contribuiu com seu talento na luta pela democracia e por um país com direito à liberdade de expressão.

Paulo Caruso morreu sem nunca envelhecer.

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Publicada por: RBSYS