Casa faz parte da rota histórica proposta pela Secretaria de Turismo da cidade.
Uma petição criada por moradores contrários à demolição já conta com mais de 1,2 mil assinaturas.
Conhecida como Casa Dal Bó, edificação deve ser demolida, mas prefeitura de Garibaldi não indica data Natali Lazzari/Arquivo pessoal Moradores de Garibaldi, na Serra Gaúcha, se organizaram para protestar contra a demolição de uma casa construída em 1895.
Desde a semana passada, pelo menos, há tapumes em frente à edificação conhecida como Casa Dal Bó, que é considerada a segunda casa de alvenaria da história da cidade.
Uma petição criada por moradores contrários à demolição já conta com mais de 1,2 mil assinaturas.
"Criamos um grupo com mais de 100 pessoas para protestar.
Hoje de manhã [domingo] fui lá na frente e escrevi algumas frases nos tapumes.
Não posso ficar de braços cruzados.
Moro na Itália e vejo prédios de mais de mil anos.
Se a situação está precária, que se façam reformas", diz Natali Lazzari, moradora da cidade que organiza a mobilização.
A casa faz parte da rota histórica proposta pela Secretaria de Turismo da cidade.
O g1 tentou contato com a atual proprietária do imóvel, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
A prefeitura de Garibaldi, por meio de sua assessoria, diz que a ordem de demolição veio por decisão judicial ainda durante a administração passada e que ainda não há data definida para a derrubada.
Uma nota oficial deve ser emitida até quarta-feira (16).
Entre os manifestantes surgiu o boato de que a operação seria feita durante o feriado.
A prefeitura nega.
Nos tapumes, frases como "a arquitetura nova não constrói casas velhas", de Mario Quintana, e "não à demolição do patrimônio histórico da cidade" foram escritas nos tapumes.
Nesta segunda, o grupo pretende fazer um cordão humano em frente à casa.
Manifestantes escreveram mensagens nos tapumes em frente à casa Natali Lazzar/Arquivo pessoal Casarão histórico De acordo com a Secretaria de Turismo de Garibaldi, a Casa Dal Bó, localizada na esquina entre as ruas Julio de Castilhos e Dante Grossi, foi construída em 1895 e, desde lá, abrigou uma escola de irmãs católicas francesas, uma farmácia e um hospital.
Depois, foi comprada por Vicente Dal Bó, prefeito da cidade entre 1935 e 1949 (que acabou dando o apelido à casa) e foi usada como delegacia, cadeia e até como sede da prefeitura.
De acordo com moradores, antes da última reforma ainda era possível ver marcas de bala referentes às batalhas da Revolução de 1923 - Dal Bó era um maragato, como eram conhecidos os opositores de Borges de Medeiros, que era defendido pelos chimangos.
Atualmente, a casa é de propriedade de Rose Dal Bó, descendente do antigo prefeito.
"Essa casa nunca poderia ser demolida, é uma das casas mais importantes de Garibaldi.
Se há risco de deteriorização, são necessárias obras emergenciais, e não demolir.
Não estamos medindo esforços para que isso seja evitado", diz Patricia Pasini, arquiteta especialista em patrimônio histórico e moradora de Garibaldi.
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Publicada por: RBSYS
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