Quantas vezes você disse sim, mas preferia ter dito “não”? Sem dúvida, inúmeras vezes.

Pode ter sido no trabalho, quando o chefe solicitou aquela tarefa de última hora, ou quando o amigo fez um pedido a você justamente naquele final de semana que você queria descansar.

Os exemplos são variados, mas, de qualquer forma, você atendeu os pedidos.

É o famoso “não custa nada”.

Só que, no fundo, você não ficou confortável.

Sabemos que há situações que aumentam as chances de darmos uma resposta afirmativa como por exemplo, ter afeição pela pessoa que fez o pedido; quando a solicitação vem carregada de elogios ou até mesmo para retribuir um favor ou gentileza, uma norma que aprendemos socialmente.

Mas, e quando o sim é constante, dito apenas para agradar o outro? Claro que é importante sim ajudar o outro, ser solidário, mas desde que isso não prejudique a si mesmo.

Daí a necessidade de estabelecer limites respeitando as próprias necessidades para o bem-estar emocional.

A bem da verdade, dizer “não”, apesar de ser um direito que todos nós temos, é um aprendizado que muitas pessoas precisam exercitar.

Na prática, esta tarefa começa muito cedo - ou deveria - e estende-se para a vida toda.

Porém, para algumas pessoas, mesmo que no fundo ela saiba que atender aquele pedido vai prejudica-la de alguma forma, ela mantém o comportamento.

E por quê? Há várias razões pelas quais algumas pessoas dizem sim para coisas que sequer gostariam de fazer.

As principais são o desejo de agradar o outro, como uma maneira de serem reconhecidas, valorizadas; o medo de serem rejeitadas; o receio de provocar conflitos ou desentendimentos; a necessidade de atender a expectativa do outro, pois desencadeia sentimento de culpa caso recuse o pedido; dificuldade de verbalizar o que sente de forma assertiva; dentre outras.

No entanto, a maioria destas razões tem um ponto de convergência na autoestima, ou melhor, na baixa autoestima, pois a necessidade de agradar o outro é uma busca de validação externa, de aprovação do outro e que pode levar a uma dependência.

Contudo, é importante frisar que esta necessidade também apresenta um outro lado: satisfazer o outro possibilita relacionamentos harmoniosos, cooperativos, além de conexão entre as pessoas.

Só que é preciso equilíbrio entre as duas formas de respostas, sem esquecer que ao assumir as próprias escolhas sempre irá frustrar a expectativa de alguém.

Ou seja, não dá pra agradar a todos.

É preciso se dispor a examinar a relação consigo mesmo e com os outros, num processo de autoconhecimento, ou seja, através de uma melhor percepção sobre quem somos e de como lidamos com as exigências que a vida nos impõe.

Isso nos auxiliará a compreender que dizer não também é parte do equilíbrio emocional, da boa autoestima, do autocuidado, do amor próprio.

Créditos: Joselene Alvim- psicóloga

Publicada por: RBSYS